Você já ouviu falar em Fibromialgia?
Fibromialgia é a segunda doença reumatológica mais comum, ficando atras apenas da osteoartrose, caracterizando-se por dor crônica generalizada, presente por mais de três meses, associada com outros sintomas como fadiga, distúrbio do sono, transtorno do humor, alteração de atenção e memória. Aparece também com outras doenças associadas como Síndrome do Intestino Irritável, Síndrome da Fadiga Crônica, Distúrbio da Articulação Temporo-Mandibular (ATM), Cefaleia e Cistite Intersticial.
Prevalente entre 2 a 8% da população geral, com uma proporção de 7 mulheres para 1 homem.
A causa ainda é desconhecida e multifatorial. Sabe-se que fatores ambientais como infecções virais, traumas físicos ou psicológicos, estresse, inflamação articular crônica, apneia do sono, insatisfação com o trabalho, obesidade e sedentarismo atuam como gatilhos para desencadear a doença.
A Fibromialgia leva a um estado de dor central, que se caracteriza por seu início na adolescia e adultos jovens, estando presente ao longo da vida, e se manifesta por dor em diferentes partes do corpo em momentos distintos.
A dor está presente em 100% dos casos, de caráter crônico e generalizado, a intensidade varia ao longo dos dias, o tipo de dor é variável (queimor, choque, dolorimento, latejante…) e migratória, acompanhada de sensação de exaustão, dificuldade para realizar as atividades de vida diária, insônia ou sono não reparador.
O diagnóstico é clínico, baseado no índice de dor generalizada e escala de gravidade dos sintomas. Não há nenhum exame laboratorial ou de imagem que comprove a doença. Por isso, a importância de evitar realizar exames em excesso.
O objetivo do tratamento deve ser focado em melhorar o controle dos sintomas, manter a amplitude articular e flexibilidade, melhorar qualidade de vida, minimizar fatores precipitantes e perpetuadores de piora, devendo ser realizado por uma equipe multiprofissional, com atividade física principalmente do tipo aeróbica (caminhada, dança, bicicleta, hidroginástica…), terapia cognitivo-comportamental e tratamento farmacológico.
As medidas educacionais são extremamente importantes para o controle do quadro clínico. O paciente deve entender que tem um papel ativo durante todo o processo de tratamento. Saber que é uma doença crônica, que não tem cura, mas tem controle e por isso a importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado para cada caso em particular.
Um estilo de vida com hábitos saudáveis fará toda diferença para o controle da doença e melhora na qualidade de vida, como por exemplo:
1 – Tenha uma alimentação baseada em frutas, verduras, legumes, leguminosas, grãos integrais, oleaginosas e sementes. Evitar alimentos industrializados, ricos em açúcar, sódio e gordura saturada.
2 – Manter um peso adequado.
3 – Movimentar-se, realizar atividade física regular (150 min de atividade aeróbica moderada por semana e treino de força duas vezes por semana).
4 – Dormir de 7 a 8h por noite e ter rituais que acalme antes de dormir.
5 – Evitar o tabagismo e ter um consumo de álcool moderado.
6 – Ter tempo de qualidade com a família e amigos.
7 – Procurar realizar atividades de lazer, que traga prazer e felicidade.
Apesar de ser uma doença que traz bastante comprometimento físico e emocional, é possível controlar os sintomas e ter melhora na qualidade de vida. Ao mínimo sintoma procure orientação com seu médico de confiança.