A pressão no idoso também deve ser 120 x 80 mmHg?
A hipertensão é uma doença muito comum nos idosos, e estima-se que aproximadamente 60% tenham hipertensão nessa fase da vida.
É também um importante fator de risco para a ocorrência de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral, doenças que mais matam no mundo, além de serem grandes causadoras de sequelas que podem piorar muito a qualidade de vida. A hipertensão também está muito associada ao surgimento de demência.
O tratamento é importante em todas as idades, e o uso de medicamentos para controle da pressão é capaz de reduzir a ocorrência das doenças cardiovasculares e perda de função renal.
A hipertensão arterial no idoso geralmente é diferente da hipertensão nos jovens, pois é comum observarmos o aumento somente da pressão arterial sistólica, aquele valor maior que medimos nos aparelhos, e isso ocorre pois com a idade os vasos ficam mais rígidos.
O tratamento nessa faixa etária deve levar em consideração diversos fatores, como a expectativa de vida, uso de outras medicações e outras doenças existentes, como diabetes, insuficiência renal e demência, por exemplo. Os idosos têm mais efeitos colaterais com a medicações e estão mais sujeitos a eventos adversos como quedas, fraturas e piora na qualidade de vida.
O alvo de pressão pode ser mais alto, em torno de 140 a 150 mmHg de pressão sistólica, principalmente nos muito idosos com expectativa de vida reduzida, com menor autonomia e com maior risco de eventos adversos com a medicação. O tratamento deve ser sempre individualizado nessa faixa etária e o acompanhamento deve ser mais rigoroso pois é comum a necessidade de ajuste frequente da dose das medicações.
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Fonte: Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020 https://abccardiol.org/wp-content/uploads/articles_xml/0066-782X-abc-116-03-0516/0066-782X-abc-116-03-0516.x44344.pdf